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Mostrando postagens de julho, 2012

carta aberta para a Maria Luiza.

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Malu,  faz quatros dias que a mamãe chegou em casa. Estava do mesmo jeito que deixamos. Só o cachorro meio malucão de saudade. Como você disse que ele ia estar. As flores morreram. Ou secaram e vão renascer um dia. Não dá para saber ainda. O resto tá meio bagunçado. Não desfiz a mala ainda, não arrumei a cama, não joguei o lixo fora. Eu não fiz compras. Eu não lavei a roupa. Mas eu parei de beber. E olha que tem cerveja na geladeira. E vinho também. Eu não durmo direito sem você aqui. Seu lado da cama vazio, seu livro de histórias no chão, seu medo longe. Daí que a mamãe tá colocando a playlist rock n roll em dia. Querendo pintar mas os pincéis estão destruídos. Foi você, né? Estou caminhando. O carro sujo cheio de tralhas está ficando mais na garagem. A mamãe viu um pôr-do-sol lindo na sexta-feira. O céu está lindo. Mas o resto não. Tá tudo meio seco, como aí. Aquele desespero está chegando outra vez.O agosto maldito e sua secura. O bom é que a mamãe não está triste como antes, n
Os amores acabam e não se despedem. Para cada um deles tenho uma ferida aberta no peito. Eles seguem na vida e eu fico aqui no meio do caminho a acumular desastres. Eles deixam de sentir e eu sinto eternamente. Sinto menos que amor, menos que saudade e frustração.Sinto uma coisa que não tem nome. Sinto isso que cresce como uma doença dentro de mim. Essa doença que não me matará, mas que definha o meu coração e tudo o que tem dentro até ninguém mais conseguir chegar aqui e eu ficar sozinha para sempre.